O Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba (Sintect-SP) acionou a Justiça contra os Correios por conta do atraso no pagamento dos salários dos servidores no mês de janeiro.
De acordo com o sindicato, o atraso se deu por “incompetência” da atual gestão, que decidiu centralizar os serviços de Recursos Humanos (RH) em Minas Gerais, mas não deu conta de atender a demanda. A empresa tem cerca de 85 mil funcionários diretos.
Em ofício enviado aos Correios, na última segunda-feira (3), a direção do sindicato disse que muitos servidores “atrasaram seus aluguéis, financiamentos, contas de energia e água, todas essas contas gerando multas e juros”.
O pagamento dos salários dos servidores dos Correios é feito sempre no último dia útil de cada mês desde 1969, em decorrência de um acordo trabalhista feito entre a empresa e os servidores.
Pelas redes sociais, o presidente do Sintect-SP, Elias Diviza, disse que a expectativa é de que a situação seja normalizada até o fim desta semana.
Diviza também cobrou a empresa sobre o cálculo para o reajuste salarial. De acordo com sindicalista, a direção dos Correios “não fez os cálculos corretamente”.
“Não vamos aceitar que erros administrativos prejudiquem quem trabalha duro todos os dias”, diz o comunicado da entidade publicado nas redes sociais.
O que diz os Correios
A Gazeta do Povo entrou em contato com a presidência dos Correios para comentar sobre o assunto, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. O jornal permanece aberto a quaisquer manifestações da empresa sobre o ocorrido.
Crise nos Correios
No dia 30 de janeiro, o governo Lula informou que os Correios registraram um rombo de R$ 3,2 bilhões em 2024. O resultado corresponde a 50% do déficit total de 20 estatais federais, que atingiu R$ 6,3 bilhões, desconsiderando as exceções previstas no Orçamento, e as empresas de grande porte, como a Petrobras e o Banco do Brasil.
Ao comentar o dado, o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, disse que o déficit na estatal está relacionado à taxa imposta pela Fazenda a compras internacionais, como a “taxa das blusinhas”, e aos precatórios de gestões passadas.
Conforme noticiado pela Gazeta do Povo, no início de dezembro de 2024, após amargar o terceiro ano seguido de prejuízos, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) passou a adotar “medidas urgentes” de economia de gastos para evitar a “insolvência” da estatal.
A informação consta em um documento interno da empresa que havia sido colocado sob sigilo.