O governador mineiro Romeu Zema (Novo-MG) afirmou nesta segunda (3) que o governo federal fez “agiotagem” com Minas Gerais na cobrança da dívida bilionária do estado com a União.
A crítica foi feita em uma mensagem enviada à Assembleia Legislativa mineira para a sessão de retorno dos trabalhos legislativos. Apesar da crítica às cobranças e aos vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao programa de pagamento de dívidas, Zema afirmou que isso tornará o estado “sustentável”.
“É hora de lutarmos, todos juntos, pela derruba dos vetos. Porém, independentemente do sucesso dessa empreitada, temos a segurança de dizer que o Propag é o caminho que Minas vai seguir para se tonar um Estado sustentável. Romper esse ciclo de agiotagem à qual Minas foi submetida nas últimas décadas pela União é a porta de entrada para um futuro onde os mineiros vão ter os serviços de Educação, Saúde, Segurança e Infraestrutura que merecem”, disse.
O Propag, a que Zema se referiu, é o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), um projeto de autoria do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) aprovado no ano passado e sancionado no começo de 2025 para flexibilizar as regras de pagamento dos débitos com a União.
O presidente da Assembleia Legislativa de Minas, Tadeu Leite (MDB-MG), também defendeu a derrubada dos vetos presidenciais, especialmente no trecho que trata destes financiamentos.
“Zema pode contar comigo 100% para trabalharmos juntos na derrubada dos vetos, especialmente um veto que diz respeito aos financiamentos privados e internacionais. De fato, temos que trabalhar para derrubar porque ajuda o estado”, afirmou, sem críticas diretas ao governo federal.
Por outro lado, o deputado estadual Cristiano Silveira (PT-MG) rebateu as críticas ao governo federal e acusou Zema de ser responsável pelo aumento da dívida do estado, lembrando que Minas Gerais deixou de pagar a União nos últimos anos devido a uma liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ainda na gestão do petista Fernando Pimentel.
Há, ainda, o agravamento das relações por conta do apoio explícito de Lula em apoiar Pacheco para o governo mineiro nas eleições de 2026. Nos bastidores se discute que o senador sugeriu o programa para capitalizar apoio como o responsável por encontrar um caminho para a dívida do estado.